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Dívida & Riqueza: A Gratidão que Enriquece


Você conhece alguma dívida que lhe deixa mais rico?

Pois é, pode parecer insanidade… mas não é.

Quando você contribui de alguma forma para a minha vida e o meu crescimento como ser humano — em qualquer aspecto — eu lhe devo.

Não importa nem se teve a intenção. A dívida foi contraída.

E, claro, se fez isso por mim de forma consciente e intencional, eu lhe devo ainda mais.

Mas o que eu lhe devo?

Gratidão.


O valor da gratidão

A palavra gratidão vem do latim gratus (“agradecido” ou “grato”) e gratia (“graça”).

Quando o ser humano se relaciona com o mundo por meio dessa virtude, amplia sua compreensão da vida.

E quem pensa que oferecer gratidão tem a ver com o outro, ainda não compreendeu a dinâmica da existência: só se oferece aquilo que se tem.

Não há como dar a outro o que não se carrega dentro de si.

“A gratidão não é apenas a maior de todas as virtudes. Ela é a mãe de todas as outras.”Cícero (106 a.C.)

Virtudes

Você acha possível haver humildade num coração sem gratidão?

Ou simplicidade? Generosidade? Justiça? Coragem?

Aristóteles nos ensina que a virtude (aretê) é uma disposição de caráter adquirida pela prática — sempre no equilíbrio entre dois extremos.

Por exemplo: a coragem é o meio-termo entre a temeridade (excesso) e a covardia (falta).

Agir com virtude é escolher com sabedoria e caminhar rumo à eudaimonia — o florescimento humano.

Os estoicos, por sua vez, viam a virtude como o único bem verdadeiro e suficiente para a felicidade.

Viver de acordo com a natureza, ou seja, com a razão, era o caminho. Sabedoria, Justiça, Coragem e Temperança formavam os pilares dessa vida.

Embora com visões distintas, todos os grandes filósofos concordavam em algo essencial:

as virtudes são a base do caráter humano e o caminho para uma vida ética e plena.


A riqueza da interdependência

Observe as pessoas que você admira por sua integridade, coragem, justiça ou bondade.

O que todas elas têm em comum?

Gratidão.

São pessoas que reconhecem o valor dos outros em sua jornada e expressam isso — com gestos, palavras ou atitudes.

Imagine dizer a alguém com quem conviveu por anos:

“Eu tenho uma dívida de gratidão com você.”

E ouvir em troca:

“Obrigado. Eu também tenho uma dívida de gratidão contigo.”

Essas dívidas enriquecem.

Fortalecem os laços. Moldam o caráter. Constroem pontes.

Gratidão é a moeda mais valiosa da ética.

Por outro lado, quem diz:

“Não lhe devo nada. Você também não me deve nada.”

— ainda não despertou para a interdependência moral que sustenta o ciclo da vida.

Falta-lhe gratidão.

Falta-lhe riqueza interior.


O risco da era líquida

Zygmunt Bauman, em Tempos Líquidos, descreve uma era fluida, instável, imediatista.

Vivemos a era da conexão digital, mas do vazio relacional.

Formatos mudam, aceleram, impressionam.

Mas o conteúdo — a virtude — está se esvaindo.

“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio.”Immanuel Kant

Sem virtudes, perdemos a bússola.

Perdemos a humanidade.

 

Marx Alexandre Corrêa Gabriel é consultor de empresas. 

Luta todos os dias, com todos os defeitos que carrega, para que — ao se barbear — consiga ver um homem olhando de volta para ele no espelho. 

Esse homem só continua existindo porque reconhece as dívidas que o enriqueceram. 

E todas elas têm nome: gratidão. 

 

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