Em março de 2020, início da pandemia‚ eu, escrevi e publiquei artigos questionando de forma veemente, a histeria coletiva que estava se instalando. Sempre afirmei que não se tratava de saúde, mas de retirada das nossas liberdades mais básicas.
Os dados (dados, fatos, média) passaram a demonstrar de que estava certo. John Ioannidis, professor de Stanford, um dos maiores epidemiologista do mundo, apresentou estudo científico irrefutável, da taxa de mortalidade do Covid: 0,23 % geral e 0,05 na faixa abaixo de 70 anos. Sim, Ciência, não a astúcia de militantes, extrema imprensa e outros tantos ineptos que se autoproclamam: especialistas. O medo e o próprio interesse, movem o homem.
Já nos ensinava Napoleão.
De um lado, globalistas, políticos tiranos, juízes afetados, promotores covardes, mídia criminosa, corruptos vorazes, todos defendendo seus interesses, que giram em torno de dinheiro e poder, desde a compra de respiradores superfaturados em lojas de vinho até o sofisticado e aterrorizante, projeto de uma Nova Ordem Mundial, com senhores e escravos. Do outro lado, uma imensa maioria de homens e mulheres com medo! Deixando que o medo da morte lhe tirasse tudo o que havia conquistado. Seus estudos, suas relações, seu discernimento, sua sabedoria, sua história, sua lucidez, sua sanidade, sua coragem e por fim, sua liberdade. Dados, empíricos ou não, irrefutáveis, não fazem parte da discussão. São rejeitados sumariamente. Nem a matemática, basilar para todas as ciências, foi poupada.
Se o risco de morte do Covid é de 0,05 % abaixo de 70 anos, ou seja, 5 mortos a cada 10 mil infectados, como se justifica a pressão absoluta para a produção de vacinas que não chegam, na sua maioria, nem a 70 % de eficácia?! Nem o meu médico, amigo e guru, quis discutir isso comigo no nosso último encontro em São Paulo. E estou falando de uma das pessoas mais inteligentes, capacitadas e humanas que já conheci na minha vida. Uma amiga muito querida e também uma excepcional médica e acadêmica, me disse na semana que disse que eu e ela parecemos estar em planetas diferentes‚ pela distância de nossas perspectivas sobre a pandemia. Imagine se você quiser discutir os dados com aqueles mortais que se informam por Globo, New York Times ou outro panfletário qualquer. Impossível.
Pérola aos porcos
Crescemos sabendo que o que nos diferencia dos animais é a capacidade de pensar, raciocinar e discernir. Mas, hoje, quem ousa continuar pensando, logo é taxado de negacionista. Estão conseguindo transformar, em apenas pouco mais de um ano, a turba gigante de bilhares de pessoas em animais, que apenas reagem e são tangidos com uma focinheira na cara para os abatedouros morais.
O famigerado e assustador ministério da Verdade, de George Orwell hoje é absolutamente uma realidade. Foi formado por Google, Facebook e Twitter, que escolhem o que se pode ou não publicar, definindo o que é . Algo monstruoso. O maior retrocesso da história da humanidade em termos de contrato social. Não sei de você, mas saí de quase todos os grupos de whatsapp. E olha que já era muito seletivo em aderir. Mas, com o fim da racionalidade, trocada pelo pânico de morrer, a conversa e troca de informações deixou de ser algo que acrescenta conhecimento para um teste de paciência sobre a ignorância. Uma das discussões mais terríveis da pandemia cognitiva atual é sobre o lockdown. Quem o defende o faz por alguns motivos. Os governos por culpar a população pela sua negligência e reforçar o pânico. A imprensa por dinheiro. Os corruptos, governantes e agentes privados, para roubar mais com leis de controle afrouxadas. As Bigtechs para aumentar o seu poder sobre nós. Os globalistas, megaempresários, para ganhar mais dinheiro com suas empresas vendendo bilhões pela internet. E os que estão em algo esplêndido, com sua renda garantida. Por que a discussão é estéril? Porque é absolutamente óbvio que não funciona, como todos os dados de toda e qualquer registro do globo demonstra.
Mas, o lockdown é absolutamente eficaz na destruição de empresas e empregos, gerando de fome e miséria e retirada da dignidade das famílias. Veja Manaus, que tem 6.960 óbitos registrados por Covid, desde o primeiro caso em mar/2020 até 12/mai/2021. Manaus tem 2.2 milhões de habitantes. Portanto, até agora, temos cerca de 0,31 % efetivos de óbitos por Covid. Essa é uma relação que pode ser feita. Porque a criar relação sobre número de contaminados‚ é apenas estimativa, pois a enorme parte da população nunca foi testada, além do que se considera pelos dados de saúde, testes rápidos de baixíssima confiabilidade para a estatística oficial. Como você para uma cidade em lockdown, destruindo empregos e causando miséria sem ter certeza de que isso irá resolver?
Talvez não saibam que em 1918, Manaus com cerca de 70 mil habitantes, perdeu 10 % da sua população decorrente da Gripe Espanhola, em cerca de um ano. Sim, 10%! Mas, muito diferente de agora, Governo, Prefeitura, empresários e população, se uniram para atacar o problema: a doença. E fizeram isso com trabalho, união e solidariedade. E Manaus não parou em 1918. Porque todos sabiam que para combater a doença e realmente a cidade sobreviver, todas as empresas e empregos eram essenciais. Nunca conheci algum que defendeu lockdown sem ter renda e sobrevivência garantida de alguma forma. Claro que respeita quem quer ficar em casa. Mas, gritar fique em casa para os outros é de uma hipocrisia e egoísmo doentios. Você sabe quantos óbitos tivemos no Brasil até agora, na faixa de até 19 anos? 2.806 pessoas para um total de 430.184, ou seja, 0,6 % do total de óbito. Isso justifica deixar 56 milhões de crianças em idade escolar fora da sala de aula? Isso foi e está sendo um ato criminoso de governadores, prefeitos e justiça. Estão afetando no mínimo duas gerações de brasileiros.
Nossa educação, que sempre foi tão fraca e lastimável, agora, despenca de vez, com a crueldade de afastar crianças do convívio com seus professores e colegas. E quem fala de estudo on-line desconhece que a maior parte da população brasileira não tem nem acesso sanitário mínimo, quanto mais banda de internet. Desconhece ou apenas prefere ignorar isso para que não lhe afete a consciência que pensa possuir.
O contrato social que nos trouxe até aqui, maior nível de evolução da humanidade, foi calcado no capitalismo e na liberdade individual do indivíduo. Vejamos alguns dados:75 anos sem uma grande guerra, maior período de paz da humanidade. Desde 1990, o número de mortes de crianças menores de 15 anos caiu 56%, passando de 14,2 milhões para 6,2 milhões em 2018. Quanto a taxa de mortalidade materna, caiu 38% entre 2000 a 2017.Desde 2000, a taxa de mortalidade infantil caiu quase 50%. Entre 1990 e 2015, a pobreza global caiu cerca de um ponto percentual por ano. A taxa global de alfabetização para todas as pessoas maiores de 15 anos é de 84,1%, expectativa de vida no mundo hoje é de 72 anos, quando em 1960 era apenas de 52 anos. Mas, veio a histeria coletiva, com a insanidade do lockdown e restrições a liberdade de produzir e trabalhar e tem causado enorme retrocesso na evolução que vinha acontecendo na humanidade.
Alguns exemplos: O Banco Mundial afirmou que, em 2020, a extrema pobreza global aumentou pela primeira vez em mais de duas décadas. Extrema pobreza significa viver com menos de US$ 1,90 por dia. Além disso, até 2021, a Covid-19 e a recesso global podem fazer com que até 150 milhões de pessoas caiam na pobreza extrema. Isso representa cerca de 1,4% da população mundial. Redução do PIB da maioria dos países em 2020, gerando perda brutal da capacidade de investimento. O Relatório de Riscos Globais do FEM (Fórum Econômico Mundial) de 2021 indicou que as consequências da pandemia de Covid-19 serão sentidas até a próxima década. Uma pesquisa que serve de base para o Relatório de Riscos Globais deste ano demonstrou que a economia global está em sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. O resultado disto será milhares de desempregados no mundo inteiro e a descida de muitas delas a pobreza extrema. Nos períodos de recesso, há um aumento do risco de suicídio de aproximadamente 20% a 30%.
Isso resulta numa estimativa de mais 160 a 240 mil suicídios no mundo por ano. Pesquisa, encabeçada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), demostrou que, entre maio, junho e julho do ano passado, 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa. Estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UEFJ) revelou um aumento de 90% nos casos de depressão. O número de pessoas com crises de ansiedade e sintomas de estresse agudo praticamente dobrou entre março e abril de 2020.
Se faz urgente necessidade de reação das pessoas. Sim, das pessoas. De cada um. Há uma nova doença, o Covid-19, que gera mortes? Sim, claro. Como tantas outras surgiram nas vítimas décadas e outras tantas conseguimos eliminar. Faz parte. Políticas públicas de saúde devem considerar o surgimento, prevenção e tratamento de doenças. Mas, destruir o contrato social que nos trouxe até aqui, matando a nossa liberdade de produzir, ir e vir, trabalhar, viver como queremos e merecemos, jamais pode ser uma opção. Não nasci para ser escravo de nada ou de ninguém. E você?
MARX GABRIEL
É o CEO da MB Consultoria, Conselheiro de Administração de empresas CCA+ pelo IBCG e autor do livro "Direto ao Ponto", publicado pela editora Alta Books.
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