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Comportamentos e Atitudes de Profissionais nos Processos Seletivos




Em tempos em que tantos profissionais buscam recolocação e empresas empenham-se na contratação de gente, nota-se uma dificuldade de manter as pessoas certas nos locais certos, sendo assim, é essencial que falemos também sobre as responsabilidades das partes envolvidas em um processo tão delicado e complexo, como um processo seletivo.


Se de um lado existem pessoas com a intenção de trabalhar (entenda: vender sua experiência, conhecimento, tempo, empenho e potencial), e aplicar seu conhecimento em prol de objetivos acordados, de outro, temos organizações vívidas por contratar, remunerar e reter talentos que demonstrem ter aderência para as necessidades e cultura organizacional.

Podemos ler o processo seletivo como um jogo de sedução, com os envolvidos desejando fortemente despertar simpatia, interesse e desejo acima de tudo. A definição do perfil do cargo traz parâmetros para a identificação do profissional mais adequado, assim como as diversas ferramentas utilizadas para que se possa conhecer o máximo possível de uma pessoa, em tão pouco tempo.


É comum vermos candidatos expressando irritação com selecionadores que demoram (ou nem fornecem) feedbacks, ou feedbacks generalistas‚ ruim demais na visão deles. Há os que se sentem ofendidos por não terem avançado para as etapas seguintes, por se considerarem a cara da vaga. Ao longo de toda a nossa vida, é necessário que estejamos atentos e sejamos humildes o suficiente para realizarmos uma franca e profunda autoanálise, além de considerar que existem milhares de pessoas com qualidades tão boas (ou melhores) das aquelas, apresentadas por você, naquele momento.

Comportamentos como: confirmar sua presença em uma entrevista (seja ela presencial ou virtual) e não aparecer, mentir ou omitir fatos ou posicionamentos, aceitar uma vaga de emprego e dias ou poucas semanas depois, declinar, supervalorizar conhecimentos ou vivências, ser abusivo em comentários em redes sociais (ou onde for!) sobre empresas ou selecionadores, aceitar uma remuneração e não sustentar o acordo, informar desligamento por mensagem de texto... dentre tantos outros exemplos, infelizmente o que temos experimentado de modo recorrente.


Por mais paradoxal que seja, num tempo em que o acesso a informação vai facilitado tantas discussões sobre comportamento humanos, etiqueta empresarial e afins estão acessíveis e são comuns, parece que as pessoas tem se voltado cada vez mais para os seus interesses individuais, agindo por vezes, de forma egocêntrica, imatura e infantil. Aquele ditado que diz que: Você é contratado por suas experiências e demitido por seus comportamentos‚ é muitíssimo atual.


Há algumas semanas, ouvi de uma candidata ao dar o feedback a ela, de que ela não continuaria no processo seletivo porque aquilo era uma falta de respeito, pois ela investiu tempo fazendo cadastro do seu currículo na plataforma, respondendo testes e participando da entrevista. Imagine quem: estudou a vaga, elaborou e divulgou anúncio, triou currículos, agendou entrevistas, realizou entrevistas, analisou com profissionalismo o encaixe do candidato na vaga, deu retorno aos preteridos... e ainda investiu um tempo adicional para explicar reiteradamente, os detalhes dos processos seletivos a quem não entendeu (ou não queria compreender os motivos da sua eliminação).


Lidar com pessoas e culturas diferentes, num cenário de tanta diversidade, é algo grandioso, realmente incrível e que contribui para meu crescimento pessoal e profissional. Entendo que cabe a cada um de nós, seres adultos que somos, investir fortemente em experiências pessoais/profissionais, aprimoramento e capacitação técnica e comportamental e autoconhecimento.

Analisar fatos e notícias com lucidez, responsabilidade e senso crítico, ter equilíbrio para dialogar e acima de tudo, evitar vitimismo e autocomiseração.


Uma sociedade melhor, certamente é construída por pessoas, profissionais, cidadãos com senso crítico apurado, emocionalmente equilibrados, preparados tecnicamente, atentos aos cenários e tendências e que tenham uma visão lúcida de seu papel e responsabilidades dentro das estruturas nas quais estão inseridos.



 

RENATA ANCHIETA

Psicóloga Organizacional com mais de 17 anos na execução atividades de Projetos de Consultoria em Gestão de Pessoas, Treinamento e Desenvolvimento comportamental.


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