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O Valor de Partir: Viagens Formam o Espírito

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45 anos tive essa visão pela primeira vez. Amei!


Mal sabia eu que passaria a vida inteira, dali em diante, repetindo essa mesma visão…


Há muito tempo perdi as contas de quantas horas de voo acumulei. São alguns continentes, dezenas de países e cidades pelo mundo, quase todos os estados e capitais do Brasil. Não contei, mas estimo que cerca de 85% das viagens, dias e horas de voo, foram para trabalho e estudo. O restante foi a lazer, como se diz.


Mas, para mim, viagens nunca foram lazer no sentido comum. Sempre foram fundamentais para o meu propósito de vida, que é aprender e ensinar.


Livros são uma bênção da vida. Amo-os de paixão e não sei se conseguiria viver sem eles. Salas de aula e bons professores encurtam o caminho do aprendizado. A internet e suas fantásticas plataformas nos permitem estudar, reorganizar conhecimentos e mergulhar no passado com os olhos de hoje.


Todas essas formas são belas maneiras de aprender e eu as utilizo em profundidade. Mas só as viagens são capazes de curar a ignorância.


Não conheço a Amazônia pelas narrativas “Woke” ou por quem não sabe a diferença entre uma tartaruga e um tracajá. Não falo do Brasil do alto da Faria Lima ou do Eixo Monumental. Conheço o Brasil real. Não apenas de check-in e checkout, mas de atravessá-lo, parando e bebendo da cultura dos seus mais diversos sertões. Quem nunca caminhou (literalmente) pelo Brasil não tem a menor ideia do barro que é forjado este país!


Há lugares e caminhos icônicos no mundo. Ler um livro sobre quem se aventurou a fazer o Caminho de Santiago a pé, a maior peregrinação cristã do mundo, é viajar junto com o peregrino. Mas lhe garanto, como quem já fez o Caminho de Santiago quatro vezes a pé, que um só dia no Caminho, com os pés no chão, o coração no céu e a mente na alma, desfigura tudo o que já sabíamos do Caminho de Santiago. O milagre está na ação, no viver a experiência.


Leia um livro sobre Van Gogh. Estude seus quadros em cursos, vídeos e aulas expositivas. Leia sua biografia. Assista aos filmes sobre sua vida. Isso o aproximará do artista e de sua magnífica obra e proporcionará um prazer enorme. Eu fiz tudo isso várias vezes.


Mas experimente chegar diante de “Noite Estrelada”, no Musée d’Orsay, em Paris, ou ver a outra versão no Metropolitan, em Nova York. Em um instante, você compreende Van Gogh. Ele deixa de estar apenas perto de você e se aloja no seu coração de forma doce, forte e definitiva.


Sou, desde sempre, admirador da estratégia como matéria, arte e habilidade. Assim como é imprescindível para quem ama a estratégia, sou leitor, estudioso e admirador de Alexandre Magno, Júlio César, Napoleão Bonaparte e Churchill. Leio e releio, estudo e reestudo. Aprendo sempre com eles, que ainda hoje nos ensinam a arte da estratégia.


Mas visitar Roma é abrir a compreensão do que foi o Império Romano e de sua magnitude, que, a meu ver, até hoje é subestimada diante do que representou.


Visitar Paris e seus museus históricos revela dimensões que livro nenhum alcança.Subir as escadas do Arco do Triunfo e deixar a vista passear pela França de Napoleão transforma o conceito de estratégia.


Em Londres, visitar o Museu do Gabinete da Guerra, o bunker de onde Churchill comandou a resistência e depois a vitória dos Aliados, expande o entendimento da força moral e intelectual desses gigantes.


Só assim alcançamos a dimensão desses titãs e a verdadeira grandeza de seus feitos e da importância deles para a humanidade.


Em geopolítica, poucos duvidam de que a China se tornará a nova potência hegemônica mundial. A discussão se concentra mais no quando. Há pelo menos 30 anos o mundo passou a estudar mais a China e tentar compreendê-la. Trata-se de um país que saltou de um PIB de 2,3 trilhões em 1990 para 18 trilhões em 2025, em apenas uma geração.


Também sou um desses que leu e estudou muito sobre a China. Livros sobre sua história, cultura, sociedade e desenvolvimento sempre me fascinaram. Há cerca de 12 anos visitei o país pela primeira vez e grande parte do que eu havia lido e estudado desmoronou em menos de 24 horas. Retornei no ano passado, e retornarei novamente em 2026, e encontrei uma China completamente diferente em pouco mais de dez anos. Sem ir e ver, difícil essa compreensão.


Sou de uma família de condições modestas, excepcionalmente trabalhadora e honesta. Honro e me orgulho dos meus pais e avós. Nunca tivemos recursos para férias e viagens. Nunca passamos necessidades materiais, mas também nunca tivemos acesso aos lazeres tão comuns hoje a grande parte das famílias.


Desde pequeno tive sede de conhecimento. Aprender e ensinar é minha vocação. Lembro-me de que, aos 23 anos, eu tinha condições de comprar apenas um livro por mês. Ia à livraria e ficava das duas da tarde até o fechamento, folheando, vendo, namorando os livros, para escolher um deles na caixa. Não preciso dizer o quanto amo bibliotecas e meus livros.


Nessa jornada, minhas vivências agregaram camadas de mundo que livro nenhum entrega.


Já dormi em albergue, hostal, pensão, Airbnb, hotel de 6 estrelas. Camas de campanha e de madeira, e já dormi em lençóis de fios e com travesseiros de pena.


Já comi com a mão, com colher, com faca e com talheres que nem sabia manejar.


Isso também é viajar: experimentar o que foge do habitual, desaprender certezas, receber a cultura pela forma mais simples — o corpo.


Já ouvi (e arrisquei falar) “obrigado e bom dia” em espanhol, inglês, francês, italiano, tcheco, alemão, árabe, holandês, chinês, japonês e, claro, em “goianês”, meu idioma natal.


Viajar é também aprender a língua do outro. Às vezes com sotaque torto, às vezes com coragem, sempre com respeito.


Sou apaixonado por caminhar a pé. Sou um peregrino. Sair bem cedo, sol raiando ou antes… e sentir a cidade acordar. Que delícia assistir o despertar de Manaus, Goiânia, São Paulo, Porto Velho, Salvador, Rio de Janeiro, Aruba, Porto, Madrid, Paris, Praga, Tóquio, Xangai, Londres, Barcelona, Lisboa, Santiago de Compostela, Frankfurt, Veneza, Roma, Amsterdã, Dubai e tantas outras, tão lindas e nem sempre tão conhecidas. Lhes garanto: o prazer e a sensação de pertencer àquela cidade e povo é absolutamente real.


Nessa equação, sem dinheiro sobrando, minha decisão sempre foi investir no meu conhecimento.


Foi o que fiz em toda a minha vida, em cada época com os recursos disponíveis, sempre com algum sacrifício e muitas renúncias.


O que começou como um livro por mês transformou-se, pela graça de Deus, em cursos presenciais em todo o Brasil e, mais tarde, nas melhores e mais prestigiadas universidades do mundo.


Deus é bom o tempo todo.


Tenho poucos ativos físicos, quase completando meus 60 anos. Mas não há nada errado nisso, porque era exatamente o meu plano: investir ao máximo em mim, no meu conhecimento, aprendizado e sabedoria. Minha lógica sempre foi simples: se um dia eu perder tudo, continuo tendo a mim mesmo, ou seja, meu conhecimento.


O que cura a ignorância é viagem.


My Way.


Marx Alexandre Corrêa Gabriel

é cristão e acredita firmemente que a busca da conquista das virtudes morais que forjam o cárter, são a principal viagem que devemos ter a coragem de fazer.

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